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18 de setembro de 2011


Caros Leitores de Literacia ,

Que Brasil é este?


Na semana que findou exatamente quarta-feira, em Juiz de Fora-MG, fui surpreendida por um quadro bestial, que provocou fervuras em meu sangue libanês:- uma jovem mulher arrastada por um segurança [estes tipo leões de chácara] dentro de uma farmácia. A cena era tão agressiva, que não consegui me conter, segui até o local [uma pequena sala] para onde o troglodita conduziu à coitada, empurrei a porta e indaguei [já rodando as anáguas] o porquê de tamanha brutalidade, e antes mesmo de qualquer resposta, proferi mil argumentos e defesas contra a barbárie ali cometida.
O idiota tentou me empurrar, a mulher [simples e negra] chorava e falava baixinho: “moço meu filho está com muita febre, pelo amor de Deus...” e ele nada, rosto impassível-apertava o braço da infeliz macerando sua carne aos trancos e repetia: "o gerente já vem”, sem mais me ouvir.  Eu tentava de todas as formas possíveis e imaginarias soltar a pobre mulher daquelas mãos truculentas. Chega o gerente e me diz: “Esta mulher roubou uma cartela de dipirona... é uma ladra, e a senhora ainda quer se intrometer?”.
Prestou não!
A tal cartela de dipirona ao preço de 3,00[três reais] para o filho doente, me fez crescer quase ao tamanho daquele segurança, com voz forte gritei:solte-a imediatamente, o remédio eu pago, mas Vocês vão parar na mídia, já estou ligando para jornais e televisões, e darei a minha versão sobre a brutalidade aqui cometida, e mais falei [até impropérios-confesso]; após muito esbravejar, quase aos gritos, penso recuaram com medo do escândalo que fiz.
Dentro da farmácia ainda, conversei com a pobre, e ela me disse que o dinheiro que possuía usado para comprar leite , quando o menino apareceu com febre alta correu para o Posto de Saúde- fechado, correu para a Farmácia dos Pobres [a dita Popular pelo  Governo] nada conseguiu porque não tinha o pedido do SUS.
Desesperada entrou na primeira farmácia que viu pela frente e pegou a cartela de dipirona, quando foi logo abocanhada pelo segurança. Nos seus braços, as marcas da violência sofrida, nos seus olhos medo e desespero, nos seus braços um menino franzino a gemer.
Claro estava que ela não mentia, e quem pega um medicamento de tal espécie se dele não carece?
Ainda tomada pela ira, obriguei o farmacêutico a verificar a temperatura da criança [o pequeno ardia em 40 graus], paguei os antitérmicos e fui com eles de taxi para um Hospital do SUS perto de meu apartamento, com muito custo, após falar com o Diretor, conseguimos atendimento. A criança ficou internada, com quadro de desidratação, e infecção respiratória. De lá sai, somente quando vi- com estes olhos que a terra não irá comer. porque serão doados, quando o menino medicado, no soro e razoavelmente acolhido.
Digo razoavelmente, porque a saúde publica neste País é uma vergonha, um acinte ao direito do cidadão. A saúde publica no Brasil não cura, mata!
Tudo isto, durou a tarde inteira e um pedaço do anoitecer. Exausta fui para casa, chego- ligo a televisão e me deparo com a seguinte notícia: O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as provas colhidas durante a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou os crimes cometidos por integrantes da família do presidente do Senado, José Sarney.

Como aceitar os paradoxos das desigualdades que vivemos?

Fica a questão:- uma mãe pobre quase presa por uma cartela de dipirona, e a gangue Sarney x Família ganha livramentos e absolvição mesmo sendo useira e abuseira do erário nacional, cliente vip das Ilhas Cayman, e mestra da corrupção.

Penso: diante tantas injustiças, fraudes políticas, desgovernos, engodos nos poderes constituídos {palavras de Dilma} um Brasil justo para todos os brasileiros jamais existirá!
Somente um milagre para nos salvar!

Manifesta e partilhada minha indignação, apresento-lhes a Edição de hoje do nosso Domingo Cultural: sempre com o melhor dos nossos Brilhantes Doutores das Letras- os Colunistas de Literacia.

Uma semana de Alegrias e boas Leituras.

Paz e Bem!

Obrigada sempre por estar conosco.
nAnadeabrãomerij


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Ricardo Renedo